domingo, 23 de março de 2014

Ditadura militar completa 50 anos



A ditadura militar completa 50 anos dia 31 de março; muitos da época dizem que naquele período o país era bem melhor e tinha mais respeito pelas leis.

Cinquenta anos após a Marcha da Família com Deus pela Liberdade original --uma passeata que reuniu cerca de 500 mil pessoas na região central de São Paulo contra o então presidente João Goulart e é considerada um dos estopins para o golpe que implantou a ditadura militar no Brasil--, a reedição do protesto realizada no sábado (22) foi pródiga em mobilização virtual, mas quase inexistente em presença real.
Nas duas maiores cidades do país --São Paulo e Rio--, as manifestações que pediam uma nova intervenção militar e o retorno da ditadura comandada pelas Forças Armadas reuniram cerca de 650 pessoas: foram 500 no centro da capital paulista e outras 150 na região central da capital fluminense.
As marchas de tom conservador, que surgiram em redes sociais, não conseguiram levar às ruas sequer uma fração considerável das dezenas de milhares de pessoas que pareciam mobilizadas pela internet --o evento postado no Facebook para divulgar a marcha em São Paulo tinha 30,9 mil convidados; para o evento no Rio, eram 9,2 mil.
A Praça da Sé, no centro de São Paulo, foi palco de uma manifestação --também convocada pelas redes sociais e com muito mais mobilização online que presença real nas ruas--, que foi criada justamente para protestar contra a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Cerca de 800 manifestantes participam da Marcha Antifascista - Contra a Ditadura Militar, que teve 79,1 mil convidados e 7,4 mil confirmações na página criada para divulgar o evento no Facebook.
Saiba o que pensam alguns desses personagens que foram às ruas pedir pela volta dos militares ao poder --ou protestar contra quem pede e defende isso.
17 anos, cores da bandeira nos cabelos e a favor da "democracia de forma correta"
Uma das organizadoras da Marcha da Família com Deus pela Liberdade no centro de São Paulo, Isabela Trevisani, 17, usava as cores da bandeira nacional até nos cabelos. A adolescente declarou que participa de protestos do tipo há três anos e vinha ajudando a organizar o protesto pela internet desde dezembro passado.
"Nós somos a favor da intervenção constitucional. Já existe um estado de guerra civil no país e a Constituição prevê a intervenção militar em casos assim. Hoje um bandido pode matar um policial, mas um policial não pode matar um bandido", disse.
Filha de pais católicos, Isabela é evangélica e considera sua família muito conservadora. Ela se diz a favor da democracia, "desde que feita de forma correta". "Hoje não sou favorável ao voto, porque a urna eletrônica é fraudada."
"Esperávamos qualquer coisa hoje", diz professor que marchou contra militares
"Colocar as pessoas na rua contra a memória da ditadura militar diminui o poder que essas pessoas [defensores da intervenção dos militares no governo] têm de prejudicar os outros", acredita o professor de História Luis Felipe Creno, que participou da manifestação antifascista em São Paulo.

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