Na manhã de ontem, o Departamento de
Polícia Federal, juntamente com o Ministério do Trabalho e Previdência
Social e o Ministério Público Federal, realizou uma ação que levou a
identificação de um esquema criminoso, no qual uma quadrilha adquiria
cartões magnéticos, que eram utilizados para saques de benefícios do
INSS. A operação foi batizada de Tânato.
Segundo informações, as investigações
vinham acontecendo desde 2013, acompanhando as ações da organização
criminosa, que atuava desde 2009. Durante as averiguações, foi
constatado que os beneficiários criavam certidões de nascimento e
carteiras de identidade falsas, que eram designadas exclusivamente para
fazer parte do benefício. Os esquemas de crimes previdenciários ocorriam
nas cidades de São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, São Bento
e Palmeirândia. Cerca de 16 equipes da Polícia Federal atuaram no caso.
De acordo com delegado da Polícia
Federal Sandro Ângelo Brito, também estavam envolvidos no esquema um
servidor do INSS e um policial militar. O servidor do órgão
previdenciário, que atuava no setor de concessão de benefícios do INSS,
foi suspenso do exercício de suas atribuições e de qualquer outro cargo
que envolva a Previdência Social. O delegado explica como essa operação
teve início.
“A operação teve origem para
desarticular as quadrilhas que estavam agindo em São Luís. Tivemos
várias denúncias, e, durante as investigações, descobrimos vários
municípios envolvidos, incluindo a participação de um servidor do INSS,
que funcionava como um laranja e estava à disposição somente para
requerer este benefício”, explicou.
Sandro Brito também detalhou como ocorria o modus operandi da quadrilha para conseguir retirar os valores e receber os benefícios.
Sandro Brito também detalhou como ocorria o modus operandi da quadrilha para conseguir retirar os valores e receber os benefícios.
“Quando a quadrilha chegava no órgão, o
funcionário requeria o benefício e passava o cartão do saque, com isso,
a quadrilha ficava com o cartão sacando o valor de um salário mínimo
mensalmente. O esquema funcionava através da fabricação de cartões
utilizando nomes falsos e nomes de pessoas que já faleceram. Um dos
investigados no esquema possuía cerca de 400 cartões”, esclareceu.
Durante a operação, foram recolhidos
cerca de 600 cartões de créditos, carteiras de trabalho, carimbos com
símbolo do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e vários outros
documentos. O prejuízo, rapidamente identificado, de início, foi de R$
4,3 milhões, com uma estimativa de R$ 1 milhão mensal.
A Operação Tânato contou com a
participação de 60 policiais federais e dois servidores da Previdência
Social. A polícia cumpriu 28 mandados judiciais, sendo que 12 foram de
condução coercitiva e captura de bens e de veículos envolvidos.
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