sexta-feira, 13 de maio de 2016

Impeachment é destituído de legitimidade porque excluiu o povo, diz Joaquim Barbosa

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa criticou ontem quinta-feira (12) a forma como foi realizado e conduzido o processo de afastamento de Dilma Rousseff (PT), porque excluiu a participação ou a consulta ao povo. "Não somos um bando de boçais que pode ser conduzido com essa sem-cerimônia", afirmou, para o público que participava do VTEXDay, encontro do setor de comércio eletrônico, em São Paulo.O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, durante palestra em SP
Para ele, o impeachment de Dilma é "destituído de legitimidade profunda": "Do ponto de vista puramente legal, está tudo certo, mas não é assim que se governa um país. Isso precisa de nós, o povo".
Barbosa afirmou que, com o tempo, as pessoas poderão pensar melhor sobre a "justeza" ou não do pedido, sobre a qual disse ter "dúvidas muito sinceras". Ele disse que o processo lembra momentos de cunho autoritário ao longo da história brasileira, como a ditadura militar (1964-1985), quando o povo só assistiu.
Barbosa disse ser a favor da convocação de eleições diretas para presidente, mas ponderou que essa decisão é inconstitucional e certamente será barrada pelo STF. "Sou radicalmente favorável à convocação de novas eleições. Essa é a verdadeira solução, que acaba com essa anomalia [do impeachment]", opinou. "Dar a palavra ao povo."

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